segunda-feira, 30 de abril de 2012

Quem foi Luiz Gonzaga?

Luiz Gonzaga nasceu em Exu, Pernambuco, em 13 de dezembro de 1912. Foi um compositor popular. Aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as apresentações de músicos nordestinos em feiras e em festas religiosas. Quando migrou para o sul, fez de tudo um pouco, inclusive tocar em bares de beira de cais. Mas foi exatamente aí que ouviu um cabra lhe dizer para começar a tocar aquelas músicas boas do distante nordeste. Pensando nisso compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prêmio. Isso abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional.

No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz.

Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia. Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nodestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a representação da alma de um povo...era a alma do nordeste cantando sua história...E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música brasileira só tem que agradecer.

domingo, 22 de abril de 2012

Deputados sugerem parceria com a Secretaria de Educação para promoção de concurso de redação sobre o Rei do Baião

A Comissão Especial do Centenário de Luiz Gonzaga da Alepe se reuniu, na tarde da última quarta-feira (18), com o secretário estadual de Educação, Anderson Gomes, na sede da secretaria, no Recife. No encontro, os deputados Antônio Moraes (PSDB), presidente do colegiado, e Henrique Queiroz (PR) propuseram uma parceria, entre a Assembleia e o órgão, para promover um concurso de redação sobre o Rei do Baião.


A Resolução n° 1089/2011, de autoria do deputado Henrique Queiroz, propõe que os textos se baseiem na biografia social, musical e política do cidadão Luiz Gonzaga do Nascimento e na sua luta pelo reconhecimento da música nordestina e pelo desenvolvimento regional. O concurso será destinado a todos os estudantes do Ensino Médio das escolas públicas, estaduais e municipais.
De acordo com o texto, os cinco primeiros colocados serão contemplados com prêmios em dinheiro, cujos valores vão de R$ 300,00 a R$ 2 mil; além de um certificado de participação no concurso. “Luiz Gonzaga não é só um patrimônio pernambucano, mas de todo o País. Nosso objetivo é editar as melhores redações e montar um livro para ser divulgado no Brasil”, enfatizou Queiroz.
Para Moraes, a secretaria terá papel fundamental para incentivar a participação dos alunos. “Também queremos que o órgão público integre a comissão julgadora dos textos”, destacou. A previsão é que o resultado do concurso seja divulgado em reunião solene, no Plenário da Casa Joaquim Nabuco, em dezembro.
“A iniciativa da Assembleia é louvável, porque estimulará que os jovens estudem a obra de Luiz Gonzaga, a história e a geografia da região em que ele viveu”, completou o secretário Anderson Gomes.


Fonte: ReiDoBaião

Festival homenageia centenário de Luiz Gonzaga em Campina Grande

Um festival com duas noites de shows em Campina Grande vai homenagear os 100 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, considerado o Rei do Baião. Entre as principais atrações do festival estão Flávio José e Alcymar Monteiro. Os dois eventos acontecem no Clube Campestre.

No dia 28 de abril, o “Festival dos 100 anos de Gonzaga” recebe Flávio José, Ton Oliveira e Adriano José. Alcymar Monteiro, Niedson Lua e novamente Adriano José são as atrações do dia 12 de maio. As apresentações começam sempre às 22h.


Ingressos já estão à venda no Clube Campestre. Para o primeiro dia do festival, o ingresso está sendo vendido por R$ 40, e para o segundo, por R$ 30. Quem preferir ficar em mesas, a organização está vendendo o pacote para os dois dias por R$ 300, enquanto que apenas o primeiro dia está por R$ 240 e o segundo por R$ 150.



Fonte: Gonzagão Online



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Bené Fonteles lança o livro “O Rei e o Baião”

A obra visa abordar a memória de uma dos maiores representantes da cultura do Nordeste, Luiz Gonzaga, por meio de textos e imagens. A data de lançamento ocorre na semana em que Gonzagão faria 98 anos (13 de dezembro), consagrado como o Dia Nacional do Forró.
Na opinião de Fonteles, Luiz Gonzaga está entre os seis pilares da cultura musical do Brasil, ao lado de Tom Jobim, Pixinguinha, Noel Rosa, Dorival Caymi e Cartola. No livro feito com várias participações há ensaios com fotografias, xilogravuras, pinturas, esculturas em uma rica iconografia que é considerada o mais completo registro da carreira do Rei do Baião, com participações de Gilberto Gil, Hermano Viana, Antônio Risério, Gustavo Moura, entre outros grandes nomes de diversas áreas da cultura.


“Ele tem uma importância enorme. Influenciou uma geração de artistas e definiu todos os rumos da música popular no Brasil”, define Bené Fonteles.
O ministro Juca Ferreira destaca que “o lançamento do livro faz parte da mobilização e da comemoração do grande passo que o Ministério da Cultura está dando, de criar um centro de referência em torno de uma das figuras centrais da música popular brasileira, certamente entre os nossos três maiores compositores e cantores: Luiz Gonzaga”.


(Livro lançado em 10 de Dezembro de 2010)
Para Bené Fonteles, além de viagens e da pesquisa, o livro foi feito a partir da admiração de todos os colaboradores pela obra de Luiz Gonzaga. Ideia é sedimentar legado do artista nas novas gerações
Igual a milhões de meninos, Bené Fonteles conheceu o som de Luiz Gonzaga por meio das canções que animavam as festas juninas no Interior. Em "Eu e o Rei", um de seus textos no livro, o organizador conta sobre o início de sua amizade com o Rei do Baião, em 1972, quando lhe apresentou o material do espetáculo teatral "Luiz Lua Obrigado", de sua autoria. A peça falava de da importância do sanfoneiro para a MPB. "Fiz uma entrevista na ocasião para o Tribuna do Ceará, a minha primeira. Depois foram muitas aventuras com ele pelo País. Em 1983, ele participou do meu disco ´Bendito´ com um aboio, o único registrado fonograficamente. Fiz o projeto para o Museu do Baião em Exu e muitas outras coisas que o faziam me chamar de ´filho postiço´", recorda Fonteles.
A elaboração do livro demandou muitas viagens, entre o Ceará, Pernambuco e João Pessoa. "Entrar no sertão profundo onde ele se originou para conhecer quem o conheceu e o ama de verdade. Foi uma sincronia de fatos e amizades feitas que ajudou na pesquisa, com gente que faz tudo por grande admiração e amor a sua pessoa generosa e sua obra inigualável", elogia o organizador.
 
Em relação à escolha dos pesquisadores e colaboradores para o livro, Bené explica que não bastava a relevância acadêmica ou artística de cada um. "Tudo passou pela profunda admiração e amor que eles têm a Luiz Gonzaga. Eles teriam que iluminar mais o terreiro para que o Rei tivesse seu reino tornado ainda mais vasto e mais belo no cenário cultural do Brasil. Fui pelo viés também da antropologia cultural, por isso a escolha de Antônio Risério e Hermano Vianna. Também pela questão da sociologia cultural com Sulamita Vieira, ou da musicologia por Elba Braga Ramalho, ou pelo conhecer profundo da cultura popular do Nordeste com Gilmar de Carvalho, nosso renovado Câmara Cascudo. E Gil, nem se fala, por que só Dominguinhos transparece maior influencia e fluência sobre a obra de Gonzaga do que ele", ressalta.
Além dos ensaístas, fotógrafos e xilogravuristas, há um colaborador que não consta no índice, mas cujo trabalho foi importante para a realização de "O Rei e o Baião". Paulo Vanderley responde no livro pelo cargo de "consultor para assuntos gonzagueanos". Não por acaso. Bancário e pesquisador independente nas horas vagas, é idealizador e responsável pelo principal website na internet sobre Luiz Gonzaga, considerado também um dos sítios mais completos sobre um artista brasileiro. "Muitos dizem que é preciso uns seis dias para conhecer todo o conteúdo", contabiliza Paulo.
Para Bené, é justamente pela análise dos vários ensaístas, que o livro ultrapassa a documentação, expandindo o trabalho de Gonzaga produzido entre as décadas de 40 e 80 - "momentos em que sua música e suas atitudes, principalmente até os anos de 1960, ditaram moda e um jeito nordestino de ser para os brasileiros", explica em seu próprio ensaio, "Grande Sertão, Gonzagas". "Ele fez muito por vários artistas e pelo seu público humilde de nordestinos migrantes, numa ´operação inversa´ de trazer o Nordeste ao cenário nacional. Espero que as novas gerações tenham neste livro uma referência e a percebam a real importância de sua força e coragem criativa".

terça-feira, 3 de abril de 2012

A volta da asa branca, letra.

A volta da asa branca

Luíz Gonzaga

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação


A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador


Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza


Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.

Origem da música

A origem da música "A volta da asa branca", foi uma inspiração de Luiz Gonzaga em parceria com Humberto Teixeira, a música retrata a vida do povo nordestino,como as demais de Luiz gonzaga, a única diferença é que esta é uma continuação de "Asa branca" que ao contrário de tal, fala sobre a volta do rei do baião a sua terra que ele deserdou por causa da, a volta da alegria e fartura no sertão, a chegada da chuva, que com si traz toda esperança e a certeza que a seca acabou.
A música tem uma letra pura e bem rimada, hoje é um dos maiores sucesso de Luiz Gonzaga, sendo que não só é tocada em tempo de festejos juninos, mas também em outras épocas do ano.
A simplicidade do povo é percebida pela oralidade e pela isenção de preocupação formal. Gonzaga, em parceria com Humberto Teixeira, faz questão de transcrever a fala do sertanejo pobre, alheio á cultura letrada, a letra do mesmo mode que nas canções anteriores, precisa de inovações e rupturas.
É formada por estrofes de quatro versos, otendo sempre o mesmo tipo de rima.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Críticas em relação a música

A tonalidade afetiva da música "A volta da asa branca" não é melancólica; a sorte abençoou o sertão, tudo canta, tudo sorri. Mas as condições de melancolia estão presentes na estrutura da canção, pois só a sorte, ou a bondade divina, beneficiaram a vida daquele que agora pode domar o seu destino nas mãos. Precáriamente -" se a safra não atrapalhar meus planos"... Ou até a próxima seca atingir a terra que o cantor, carinhosamente, também chama de sua("a seca fez eu deserdar da minha terra"...). Até que a próxima seca volte a destruir tudo o que foi arduamente conquistado.

Influência para a música



Talvez a seca seja a maior característica da caatinga, e é também o aspecto que tem maior força na construção
da identidade nordestina. Não é por menos que um dos maiores sucessos de Luiz Gonzaga retrata a volta da chuva. A música "A volta da asa branca" conta uma história de um retirante que perante a imagem de chuva no sertão volta para suas origens.
A principal influência para a música, foi a volta dos retirantes para a sua terra.